Etelvino Lins |
Virgínia Barbosa
![]() No dia 20 de novembro de 1908, nasceu Etelvino Lins de Albuquerque, em Alagoa de Baixo, hoje município de Sertânia, no estado de Pernambuco, filho de Ulisses Lins de Albuquerque e Rosa Bezerra Lins de Albuquerque. No Recife, realizou os cursos preparatórios nos Colégios Oswaldo Cruz e Diocesano Pernambucano. Foi aprovado no concurso dos Correios para exercer a função de telegrafista e ali trabalhou no período de 1927 a 1929, quando ainda era aluno do curso de Ciências Jurídicas e Sociais da Faculdade de Direito do Recife, concluído em 1930. Etelvino Lins, já nessa época, revelara sua tendência política: foi líder estudantil e participou do combate ao governo de Estácio Coimbra. Após a sua formatura em Direito, deixou o trabalho nos Correios e foi exercer a função de promotor público das Comarcas de Goiana (1931-1932) e de Caruaru e, nesta última cidade, foi professor do Ginásio local. Politicamente, o Brasil vivia um período muito agitado com a Revolução de 1930. No estado de Pernambuco, a revolução provocou mudanças políticas profundas. Getúlio Vargas, como que agradecido a Carlos de Lima Cavalcanti pelo apoio político à sua candidatura à presidência do Brasil, o nomeou para interventor federal de Pernambuco (1930-1937). Em 1933, Etelvino Lins casou-se com D. Djanira Falcão, que o acompanhou em toda a sua vida profissional e política, e com ela teve oito filhos. Ainda em 1933, Etelvino Lins foi nomeado para a 2ª Delegacia do Recife e, no final deste ano, passou para a Delegacia Auxiliar. Neste cargo ele contribuiu para sufocar a intentona comunista (uma rebelião político-militar promovida pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), em novembro de 1935, com o objetivo de derrubar o Presidente Getúlio Vargas e instalar um governo socialista no Brasil) que rebentara no Recife, liderada pelo Tenente Lamartine Coutinho e pelo Sargento Gregório Bezerra. Durante a vigência do Estado Novo, exerceu as funções de Secretário Estadual de Governo, em 1937 – quando o interventor era Amaro de Azambuja Vilanova, logo substituído por Agamenon Magalhães –, e Secretário de Segurança, no período de 1937-1945. Aliás, alguns historiadores afirmam que Agamenon Magalhães foi inspiração para muitos políticos – a exemplo de Paulo Guerra e Etelvino Lins – e também a personificação do Partido Social Democrático (PSD) articulado e criado por ele no estado de Pernambuco, apoiado por Etelvino que ficou responsável para montar o Partido e garantir as eleições. Em 1945, Etelvino assumiu o governo do Estado por um ano (março a novembro de 1945), quando Agamenon foi nomeado para o Ministério da Justiça e Negócios Interiores. Neste ano, um fato marcante para a história política em Pernambuco foi a morte do estudante de Direito, Demócrito de Souza Filho, na pracinha do Diario de Pernambuco (Praça da Independência). Houve quem culpasse o interventor Etelvino pela ação violenta da polícia, mas muitos o inocentaram. A partir de 1950, Agamenon volta ao governo de Pernambuco como sucessor de Barbosa Lima Sobrinho (1948-1951). Entretanto, passado dois anos, Agamenon faleceu e, por não existir a figura do vice-governador, o presidente da Assembléia Legislativa, Torres Galvão, assume o governo do estado. A liderança do PSD em Pernambuco passa para Etelvino Lins e a sua candidatura para a administração do estado, lançada pelo PSD, contou com o apoio dos partidos de Pernambuco – PSD-UDN-PDC-PL - , exceto do Partido Socialista Brasileiro (PSB), que lançou o candidato Osório Borba. Etelvino Lins ganha as eleições em outubro de 1952 e fica no governo até 1955. Para assumir o cargo, renunciou ao seu mandato de senador que exercera no período de1946 a 1952. Por causa de restrições financeiras no orçamento do Estado para o ano seguinte ao início de sua gestão, Etelvino deu apenas continuidade às medidas de Agamenon Magalhães. No período de 1955-1959, foi nomeado Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) pelo presidente Café Filho e candidatou-se à Presidência da República pela UDN, mas renunciou em favor do general Juarez Távora que concorreu com Juscelino Kubitschek. Foi eleito deputado federal e cumpriu dois mandatos (1959-1963, 1971-1975). Deve-se a Etelvino Lins a Lei que proíbe aos candidatos doar alimentos e transportes para os eleitores com a finalidade de angariar votos. No dia 18 de outubro de 1980, com 72 anos, morre Etelvino Lins de Albuquerque. Por ter sempre incentivado as iniciativas educacionais, a Secretaria da Educação de Pernambuco o homenageou dando o seu nome a uma escola.
FONTES CONSULTADAS:
ALCÂNTARA, Christiane. Paulo Guerra: frases e fases de uma trajetória política. Recife: Assembléia Legislativa, 2001. 141 p. ETELVINO Lins. Disponível em: <http://www.pe.gov.br/governo_galeria_etelvino_lins.htm>. Acesso em: 4 jun. 2007. ETELVINO Lins. Disponível em: <http://www.senado.gov.br/sf/senadores/senadores_biografia.asp?codparl=1606&li=38&lcab=1937-1946&lf=38>. Acesso em: 4 jun. 2007. ETELVINO Lins. Disponível em: <http://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/l/lins_etelvino.htm>. Acesso em: 4 jun. 2007. ETELVINO Lins. Disponível em: <http://www.alepe.pe.gov.br/perfil/links/EtelvinoLins.html>. Acesso em: 4 jun. 2007. SILVA, Jorge Fernandes da. Vidas que não morrem. Recife: Departamento de Cultura, 1982. v. 2. p. 107-110.
COMO CITAR ESTE TEXTO:
Fonte: BARBOSA, Virgínia. Etelvino Lins. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php>. Acesso em: dia mês ano. Ex: 6 ago. 2009. |