Escola de Belas Artes de Pernambuco |
Virgínia Barbosa Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco Este endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo.
No dia 29 de março de 1932, alguns artistas se reuniram no atelier dos pintores Álvaro Amorim e Mário Nunes, localizado na rua Joaquim Távora (atual rua 1º de março), bairro de Santo Antônio, no Recife, para fundar o estabelecimento que foi “batizado” de Escola de Belas Artes de Pernambuco. O objetivo desse grupo era criar uma instituição para ministrar conhecimentos artísticos. Inicialmente, teve cursos de arquitetura, pintura e escultura e, mais tarde, foram oferecidos os cursos de música e arte dramática (iniciados em 1958). Compareceram à reunião: Antão Bibiano Silva (escolhido pelos presentes para presidir os trabalhos), Jaime Oliveira (secretário), Baltazar da Câmara, Murillo LaGreca, Henrique Elliot, Emílio Franzozi, Heitor Maia Filho e Abelardo Gama. Neste mesmo dia, foi constituído o Comitê pró-Escola de Belas Artes de Pernambuco, formado pelo escultor Bibiano Silva (presidente), arquiteto Jaime Oliveira (secretário) e o pintor Baltazar da Câmara (tesoureiro) que tinha a função de, em nome dos artistas residentes no Estado, agir em favor desse movimento. Esse Comitê encerrou seu mandato em junho de 1932 quando a estrutura administrativa da Escola foi formada. Seus primeiros dirigentes, em junho de 1932, foram: Bibiano Silva, diretor; Heitor Maia Filho, vice-diretor; Jaime Oliveira, secretário; Luiz Mateus Ferreira, tesoureiro. Para abrigar a Escola foi alugado, em 1932, o prédio da rua Benfica, de número 150, no bairro da Madalena, no Recife, por contrato de dois anos. Posteriormente, o prédio foi comprado pelo governo de Pernambuco e, anos mais tarde, doado à Escola. Antes de sua inauguração oficial, em 20 de agosto de 1932, os artistas fundadores, tiveram muito trabalho por causa da falta de recursos financeiros. Todos foram convocados para conseguir a infra-estrutura mínima necessária para a sua instalação e funcionamento. Para tanto, criaram-se várias comissões para buscar apoio junto às autoridades, intelectuais, comércio, indústria e imprensa: a de donativos, a de instalação, a de regulamento, a de propaganda e a de imprensa. Inclusive, testemunhou Murillo LaGreca, em 1984: “o professorado trabalhava motivado pelo ideal à arte [...] O mobiliário velho foi doado pelos professores, [e muitos bens pelo] Liceu de Artes e Ofícios [...]. Foi este o momento mais difícil da Escola”. As doações de mobiliário também vieram de repartições públicas e de particulares. O que eles consideravam imprestável, foi muito útil para a nova instituição que se estabelecia, bem como doações em dinheiro.
Seu melhor momento, ainda segundo Murilo, foi quando o professor Joaquim Amazonas (primeiro reitor), no final da década de 1940, agregou a Escola de Belas Artes à Universidade Federal de Pernambuco, porque a partir de então os professores e funcionários tiveram seus salários igualados ao de outros do ensino superior. Foi também o prof. Joaquim Amazonas quem autorizou o funcionamento de cursos livres e gratuitos à noite. O regimento da Escola, publicado em 1932 no Diário do Estado, foi elaborado segundo o modelo da Escola Nacional de Belas Artes, embora ao contrário desta, que nasceu com a aprovação e ajuda do Imperador, aquela iniciava suas atividades apenas com o apoio de artistas. Na gestão do prof. Joel Galvão (1936-1943) houve o máximo empenho para que a Escola fosse reconhecida por parte do Ministério da Educação. Entretanto, o reconhecimento federal só ocorreu em 1945, por Decreto de 14 de novembro, permitindo à Instituição expedir diplomas válidos em todo território nacional. Em 1976, a Escola de Belas Artes de Pernambuco foi extinta para, juntamente com a Faculdade de Arquitetura, o Departamento de Letras e o Curso de Biblioteconomia, formar o Centro de Artes e Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco. A Escola de Belas Artes de Pernambuco formou artistas, promoveu e apoiou movimentos artísticos e contribuiu para o desenvolvimento e a preservação da cultura no estado de Pernambuco.
Recife, 18 de abril de 2007. (Atualizado em 14 de setembro de 2009). FONTES CONSULTADAS: BREVE crônica da Escola de Belas Artes de Pernambuco. Revista da Escola de Belas Artes de Pernambuco, Recife, ano 1, n. 1, p. 5-12, 1957. CÂMARA, Aurora Christina Dornellas. A escola de Belas Artes de Pernambuco: contribuição para a cultura pernambucana. Recife, 1984. Trabalho de pesquisa da disciplina Estrutura e funcionamento do Ensino I, do curso de Licenciatura Curta em Educação Artística, Centro de Educação, Universidade Federal de Pernambuco. CASTRO, Philipe. CAC comemora 30 anos com exposição. Disponível em: <http://www.ufpe.br/new/visualizar_info.php?id=430>. Acesso em: 7 abr. 2007 GALVÃO, Joel F. Jayme. Memórias de uma cruzada. Revista do Arquivo Público, Recife, n. 7-10, n. 9-12, p. 579-632, jan./dez. 1952-1956. COMO CITAR ESTE TEXTO: Fonte: BARBOSA, Virgínia. Escola de Belas Artes de Pernambuco. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>. Acesso em:dia mês ano. Ex: 6 ago. 2009. |