Alfredo de Carvalho |
Lúcia Gaspar Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco
Alfredo de Carvalho nasceu no dia 27 de junho de 1870, na cidade do Recife, Pernambuco, filho de Thomaz Ferreira de Carvalho e Julieta Cristina de Carvalho. Cursou o primário e o secundário no Recife, viajando depois para Hamburgo, na Alemanha, onde iniciou o curso de engenharia civil. Sem concluí-lo, voltou ao Recife, em 1888, indo trabalhar como auxiliar técnico nas obras de construção da estrada de ferro de Caruaru. Em 1890, desejando continuar a estudar engenharia, entrou para o Exército, matriculando-se na Escola Militar do Ceará. Envolveu-se, no entanto, na revolta da fortaleza de Santa Cruz e, por isso, teve que abandonar a carreira militar, em 1892, viajando em seguida para os Estados Unidos, onde concluiu seu curso de engenharia na Escola Politécnica da Filadélfia. Fez concurso para a cadeira de Mineralogia, Geologia e Meteorologia do Ginásio Pernambucano, do Recife, sendo classificado em primeiro ligar, porém o concurso foi cancelado pelo Estado. Realizou uma excursão pelo Amazonas, fazendo trabalhos na área de topografia, mas adoeceu e teve que voltar para Pernambuco. Em 1899, mudou-se para a cidade de Santos, em São Paulo, convidado para redigir o jornal Cidade de Santos. Em 1900, devido a morte da sua mãe, voltou ao Recife, fixando-se na cidade definitivamente. Casou-se com Marieta Siqueira de Carvalho e passou a exercer as funções de engenheiro fiscal de usinas de açúcar de Pernambuco. Participou de diversas entidades literárias e científicas, entre as quais a Academia Pernambucana de Letras, da qual foi presidente; do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano; da Academia Cearense; dos Institutos Históricos e Geográficos da Bahia e do Rio Grande do Norte; do Centro de Ciências, Artes e Letras de Campinas, SP; da National Geographical Society e da Anthropological Society, ambas com sede em Washington, nos Estados Unidos. Falava alemão, inglês, holandês, francês, italiano e espanhol. Fez diversas traduções para o português de obras em alemão, holandês e francês, entre as quais Diário de um soldado da Companhia das Índias Ocidentais, do alemão Ambrosio Richshoffer (1897); Olinda conquistada, do holandês padre João Baers (1898); O Diário de expedição de Mathias Beck ao Ceará em 1840(holandês, 1903); Notas dominicais, do francês L. F. Tollenare (1904). Foi colaborador de jornais e revistas, como o Diario de Pernambuco, o Jornal do Recife, a Revista Brasileira, a Revista Pernambucana, a Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano; as Revistas dos Institutos Geográficos e Históricos da Bahia e do Rio Grande do Norte, o Almanaque de Pernambuco. Muitas vezes escrevia sob os pseudônimos de Robur, Aldecar, Philoclio, P. Pacífico, Heraldus. É autor, entre outras, das seguintes obras: Jornais pernambucanos, 1831-98 (1899); A imprensa baiana, 1811-98 (1899); Frases e palavras: problemas histórico-etimológicos (1906); Estudos pernambucanos (1907); O tupi na corografia pernambucana: elucidário etimológico (1907); Diario de Pernambuco, 1825-1908 (1908); Anais da imprensa periódica pernambucana de1821 a 1908(1908). O engenheiro e historiador da imprensa brasileira Alfredo de Carvalho morreu no Recife, em 1916. Recife, 24 de novembro de 2004. (Atualizado em 20 de agosto de 2009).
FONTES CONSULTADAS: MUNIZ, Arthur. Alfredo de Carvalho. Almanaque de Pernambuco, Recife, ano 7, p.146-151, 1905. SOUTO MAIOR, Mário. Dicionário de folcloristas brasileiros. Recife: 20-20 Comunicação e Editora, 1999. p.22.
COMO CITAR ESTE TEXTO:
Fonte: GASPAR, Lúcia. Alfredo de Carvalho. Pesquisa Escolar OnLine, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar>. Acesso em: dia mês ano. Ex: 6 ago. 2009. |