Amaro Francisco Borges |
Lúcia Gaspar Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco Este endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo.
Artista popular, irmão de J. Borges, famoso xilogravador, filho de pais pobres, trabalhou na palha da cana dos sete aos treze anos de idade, no engenho Catende, Pernambuco. A partir daí começou a fazer tijolos e cestos de cipó junto com o irmão J. Borges.
Ao mudar para o Recife em busca de melhorias, foi ser pedreiro, profissão esta que lhe serviu de ganha-pão para o sustento da família até o ano de 1972.
Mas o contato direto com o cimento lhe provocou uma forte alergia na pele, principalmente nas mãos, que o impediu de trabalhar como pedreiro.
Ao retornar a Bezerros para tratamento da saúde, juntou-se aos irmãos e sobrinhos que já eram artistas famosos na arte de fazer xilogravuras e começou a trabalhar intensamente como gravador de figuras de uso decorativo.
Como todo artista popular, Amaro Francisco, possui a liberdade criativa, sem tempo e sem limites. Trabalha, cria e transmite suas imagens com fortes traços da cultura nordestina, embrenhada no seu perfil de homem sofrido.
O tema principal de sua produção centraliza-se na angústia existencial, que transmite a imagem dolorosa da seca e das famílias dos retirantes fugindo da fome e da sede.
A expressão artística do xilógrafo Amaro Francisco está dentro de uma linha primitiva, cuja imaginária, o integra ao grande universo de artistas marginais, que utilizam os frutos de sua própria condição de vida, para dar luz a sua angústia existencial.
Seus trabalhos são quase todos em preto e branco e com poucos detalhes. Segundo o artista, as imagens firmes e belas, quando gravadas em preto e branco, despertam mais interesse e atenção do público. Para melhor atender à sua freguesia, Amaro passou a imprimir também em tecido algodãozinho as suas antigas matrizes, em preto e branco e coloridas.
Sua oficina funciona em sua residência, situada à Rua Carlos Gomes, em Bezerros. Suas matrizes variam de tamanho e de tema, e contam mais de duzentas peças.
Atualizado em 20 de agosto de 2009. Atualizado em 09 de março de 2018.
BATISTA, Sebastião Nunes. Antologia da literatura de cordel. Natal: Fundação José Augusto, 1977. 81 p.
PEIXOTO, Virgília Ribeiro. Um artista popular: Amaro Francisco. Recife: UFPE, 1980.
COMO CITAR ESTE TEXTO:
Fonte: GASPAR, Lúcia. Amaro Francisco Borges. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/undefined/pesquisaescolar>. Acesso em: dia mês ano. Ex: 6 ago. 2009.
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