Josué de Castro |
Lúcia Gaspar Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco
![]()
Fez seu curso secundário no Recife e estudou medicina na Bahia, por três anos, concluindo o curso, em 1929, na Faculdade Nacional da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, com apenas 21 anos de idade. Ainda em 1929, viajou para o México, seguindo depois para os Estados Unidos, onde fez um estágio de quatro meses na Universidade de Columbia e no Medical Center de Nova York. Voltando ao Recife, no início dos anos 1930, começou a exercer a profissão de médico, voltando-se depois para o campo da nutrição e, por conseqüência, tornando-se um estudioso da fome.
Com idéias revolucionárias para a época, entre as quais a do desenvolvimento sustentável, fez da luta contra a fome a sua bandeira.
Durante uma experiência como médico de uma grande fábrica, descobriu que a doença que acometia a maioria dos operários, seus clientes, era a fome. A partir dessa prática, escreveu, em 1932, Condições de vida das classes operárias do Recife, onde ressalta a gravidade dos seus efeitos. Pioneira, essa pesquisa estabeleceu, pela primeira vez, as relações entre a produtividade do trabalhador e sua alimentação.
Nesse mesmo ano, tornou-se professor livre-docente em Fisiologia, na Faculdade de Medicina do Recife, defendendo a tese O problema fisiológico da alimentação no Brasil.
Como professor, sua vida profissional foi muito voltada para a Geografia Humana e a Antropologia, disciplinas que lecionou no Recife e no Rio de Janeiro, entre 1933 e 1964.
Em 1933, foi um dos idealizadores e fundadores da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais do Recife, onde ensinou Geografia Humana.
Em 1935, escreveu o conto O ciclo do caranguejo, sobre a vida de uma família que vive próxima aos mangues, nas margens do rio Capibaribe, no Recife. Por ter morado durante muitos anos numa velha casa colonial próximo ao rio, Josué de Castro tinha percebido, desde cedo, as semelhanças existentes entre os moradores das margens do Capibaribe e os caranguejos, ambos sujos de lama e famintos. Os homens catavam caranguejo para sobreviver e os caranguejos se nutriam dos dejetos do homem. No mesmo ano, tornou-se professor catedrático de Antropologia da Universidade do Distrito Federal (na época o Rio de Janeiro) e a partir de 1936 até 1955, exerceu a Medicina como clínico e especialista em doenças nutricionais no Rio de Janeiro. Morreu em Paris, ainda exilado, aos 65 anos, no dia 24 de setembro de 1973. Foi enterrado no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. Recife, 18 de abril de 2005. Atualizado em 28 de agosto de 2009. FONTES CONSULTADAS: JOSUÉ de Castro, por um mundo sem fome. Disponível em: <">http://www.projetomemoria.art.br/josuedecastro/obras.htm>. Acesso em: 14 abr. 2005. JOSUÉ de Castro (foto na página Destaques do Mês e neste texto, do Pesquisa Escolar, em setembro de 2011). Disponível em: <http://acertodecontas.blog.br/economia/36-anos-sem-josue-de-castro/>. Acesso em: 1º set. 2011. MOURA, Abdias de. Josué de Castro: geografia da fome. In: COSTA SOBRINHO, Pedro Vicente; PATRIOTA NETO, Nelson Ferreira (Org.). Vozes do Nordeste. Natal: Editora da UFRN, 2001. p. 125-138. COMO CITAR ESTE TEXTO: Fonte: GASPAR, Lúcia. Josué de Castro. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/> . Acesso em: dia mês ano. Ex: 6 ago. 2009. |