José Lins do Rego |
BIOGRAFIA · 1901 - 1926
1901 3 de junho. Nasce José Lins do Rego Cavalcanti, no engenho Tapuá, em São Miguel de Taipu, Paraíba. Filho de João do Rego Cavalcanti e Amélia Rego Cavalcanti. Morre sua mãe e o pai afasta-se para viver em outro engenho. Passa a viver com o avô materno – José Lins Cavalcanti de Albuquerque – no engenho Corredor, município de Pilar, Paraíba, sob os cuidados da sua tia Maria. "Tanto me contaram a história que ela se transformou na minha primeira recordação da infância. Revejo ainda hoje a minha mãe deitada na cama branca, a sua fisionomia de olhos compridos, o quarto cheio de gente e uma voz sumida que dizia: – Maria, deixa ele engatinhar para eu ver. Pus-me a engatinhar pelo chão de tijolo e a minha mãe sorria e eu ouvia o choro convulso da minha tia e uma voz grossa: – Ela está morrendo." (José Lins do Rego. Meus verdes anos). 1909 Matricula-se no Internato Nossa Senhora do Carmo, em Itabaiana, na Paraíba, onde permanecerá os próximos três anos. Lê o livro de cavalaria Os doze pares de França, que o impressiona tanto quanto as histórias que ouvira da Velha Totônia. 1912 Inicia os estudos ginasianos no Colégio Diocesano Pio X, na Capital da Paraíba. Ingressa numa sociedade literária chamada Arcádia. Publica um artigo sobre Joaquim Nabuco na Revista Pio X. 1915 Muda-se para o Recife, onde cursa o Instituto Carneiro Leão e o Ginásio Pernambucano. 1916 Lê o Ateneu, de Raul Pompéia. 1918 Lê o romance Dom Casmurro, de Machado de Assis. Conhece também o futuro crítico literário Olívio Montenegro, então recém nomeado promotor, que lhe apresenta as obras de Stendhal e Rousseau. 1919 Matricula-se na Faculdade de Direito do Recife. O período acadêmico será uma fase de muitas farras e desencantos. Consumiria em cerveja todo o dinheiro reservado para integrar o quadro de formatura de sua turma.
Torna-se amigo, dentre outros, de José Américo de Almeida, Osório Borba, Luís Delgado e Aníbal Fernandes. Edita coluna literária no Diário do Estado da Paraíba, com o título "Ligeiros Traços". 1923 Junto com Osório Borba, funda, no Recife, o semanário Dom Casmurro. Publica crônicas no Jornal do Recife. Ainda neste mesmo ano, recebe o diploma de bacharel em Direito e conhece Gilberto Freyre, que passa a exercer sobre ele uma grande influência intelectual. Quando da sua morte, Freyre escreveria que fora José Lins "O mais constante, o compreensivo, o mais leal dos meus companheiros de geração." 1924 Casa-se com Filomena Massa (Naná), filha de senador, advindo desse casamento três filhas: Maria Elisabeth (produtora de um documentário sobre o pai: José Lins do Rego, 1969), Maria da Glória e Maria Cristina. 1925 É nomeado promotor público em Manhuaçu, Minas Gerais. Assina a Nouvelle Revue Française, lê os autores modernistas, mas principalmente Thomas Hardy e Marcel Proust. Na foto acima: José Lins,Olívio Montenegro e Gilberto Freyre anos 20. Acervo Fundação Joaquim Nabuco
1926 Desiste de fazer carreira na magistratura e transfere-se para Maceió, Alagoas, onde passa a exercer as funções de fiscal de bancos. Na capital das Alagoas, conhece e passa a conviver com a nata da sua jovem intelectualidade: Graciliano Ramos, Rachel de Queiróz, Aurélio Buarque de Holanda, Jorge de Lima, Valdemar Cavalcanti, Aloísio Branco, Carlos Paurílio, dentre outros. Nessa época, segundo Valdemar Cavalcanti, José Lins era um "fiscal de banco, de bengala, monóculo e costeletas" que escrevia no Jornal de Alagoas. Recife, 21 de julho de 2003. FONTES CONSULTADAS: |