Apesar das dificuldades, a garotada não esmoreceu e começou a ensaiar na Ajuricaba canto com a Borba. Dançavam no curral e nas casas onde eram solicitados.
Com o desaparecimento dos bumbás ‘Caprichoso’ e ‘Vencedor’, o Corre Campos passou a dividir com o ‘Mina de Ouro’ a admiração e os aplausos do público.
Em 1952, o Fast Club promoveu um festival no antigo campo do Ipiranga e o Corre Campo tirou o 1° lugar. O mesmo aconteceu em 1957, quando foi promovido o 1° Festival Folclórico no Estádio General Osório.
O primeiro boi era armado de pernamanca, cipó e coberto de flanela. Em 1945 encomendou-se a Lauro Chibé, um boi que durou até 1970, quando então Miro desmanchou e fez outro mais moderno, introduzindo modificações como mexer a orelha, o rabo e mostrar a língua. Atualmente foi confeccionado um boi mais moderno pelo artista plástico Jair Mendes. Os figurinistas Custódio, João e José Luiz, são responsáveis pela beleza policrômica das fantasias.
ENREDO DO BOI BUMBÁ
"PAI FRANCISCO", velho caipira, cultiva o seu roçado e, em seguida, volta à sua palhoça para seu repouso com sua amada esposa "CATIRINA" que se achava em estado gestante. Em dado momento, olha para fora de sua palhoça e vê o boi comendo sua plantação. Enfurecido e atendendo e desejo de sua esposa de comer carne, pega a espingarda e junta-se ao compadre "CAZUMBÁ" e atira a queima roupa. Supondo ter morto o boi de estimação do "AMO", foge atemorizado e refugia-se em sua palhoça.
O "AMO" sentindo falta do seu boi de estimação, chama seus vaqueiros e manda procurá-lo. Saem à procura e o encontram caído na malhada à beira de um bebedouro. Os vaqueiros voltam dando a triste notícia.
O "AMO" manda chamar o seu "RAPAZ DE CONFIANÇA" para dar a notícia de quem poderia ter morto seu boi. O "RAPAZ" por boatos, soube que tinha sido o "PAI FRANCISCO". O "AMO" então, manda o "RAPAZ" prendê-lo.
Este chega à casa do "PAI FRANCISCO" e é recebido a bala, volta então a seu "AMO" e conta como foi recebido.
Manda então o "AMO" levar uma carta ao "DIRETOR DOS ÍNDIOS", pedindo-lhe para prender o "PAI FRANCISCO", "CATIRINA" e seu compadre "CAZUMBÁ".
O "DIRETOR DOS ÍNDIOS" exige um "PADRE" para batizar seus caboclos, antes de prender o "PAI FRANCISCO" e os outros. Preso e levado amarrado à presença do "AMO", "PAI FRANCISCO" confessa ser autor da morte do boi.
Como último recurso, o "AMO" sugere ao "PAI FRANCISCO" procurar o "DR. DA VIDA", famoso curador da região para tentar curar o boi.
Chega o "Dr. DA VIDA" e constata que o boi não está morto e depois de passar a receita o boi levanta-se para alegria do "AMO" e de toda rapaziada. Aí a festa continua com o "AMO" cantando toadas de exaltação.