Cemitério de Santo Amaro |
Semira Adler Vainsencher
A Câmara Municipal do Recife a mandou fazer em 1853. Um dos túmulos mais visitados do cemitério de Santo Amaro, é o da Menina-sem-Nome. Está sempre coberto de flores, de ex-votos, de jarros, de velas. Nele, lê-se: Menina-sem-Nome. Sofrestes na terra, mas por prêmio ganhastes o céu. O mausoléu de Joaquim Nabuco é o mais valioso de todos: é uma obra artística do escultor Giovanni Nicolini, professor em Roma, e feita em mármore de Carrara. A obra retrata o fato mais importante na vida do famoso abolicionista: a libertação dos escravos no Brasil. Ela apresenta alguns ex-escravos que levam, sobre suas cabeças, o sarcófago simbólico de Joaquim Nabuco. Na frente do monumento, vê-se o busto do abolicionista. A seu lado, a escultura de uma mulher, simbolizando a História, que enfeita de rosas o pedestal do seu busto, onde é possível se ler: A Joaquim Aurélio Nabuco de Araújo. Nasceu a 19 de agosto de 1849. Faleceu a 17 de janeiro de 1910. Na base do pedestal de Nabuco, onde está presente uma coroa de flores, está escrito: A Joaquim Nabuco, o comandante, officiais e guarnição do "Minas Gerais". Washington, 14-3-1916. E, na parte posterior do mausoléu do abolicionista, lê-se ainda:Homenagem do Estado de Pernambuco ao seu dileto filho, o Redentor da raça escrava no Brasil. Vários mausoléus imponentes podem ser encontrados, também, no cemitério de Santo Amaro. O do governador Manuel Antônio Pereira Borba, mais conhecido como Manuel Borba, possui uma mulher de bronze com torre na cabeça, e em seus pés um grande leão. No mausoléu, uma frase que ficou famosa: Pernambuco não se deixará humilhar. E a sua efígie, com a seguinte inscrição: "Cidadãos: quando quiserdes advertir aos vossos governantes, incitar os vossos compatriotas e educar os vossos filhos, apontai-lhes o exemplo que foi Manuel Borba - probidade e caráter - lealdade - bravura cívica. MCMCCCII. [sic]" Pode-se admirar ainda uma série de mausoléus: o da Família Drummond (com um escudo de mármore, sobre uma pequena ampulheta, com uma caveira e uma foice); o Túmulo dos 4 bustos (uma obra de arte, toda em mármore, pertencente à Família Miguel José Alves, representando quatro irmãos: um homem com as mãos no peito e três mulheres chorando em volta dele); o de Joaquim Nunes Machado (uma pequena coluna de mármore com capitel dórico, tendo um jarro fechado, parcialmente coberto por um manto); o de Antônio Peregrino Maciel Monteiro, o 2o. Barão de Itamaracá (em mármore, ornado com flores, volutas e anjos); o do jornalista e poeta Paulo Arruda (com quatro colunas geminadas e partidas na parte superior, e um livro de mármore, aberto no pedestal, com um extenso texto); o do pintor e poeta Vicente do Rego Monteiro (auto-relevo em mármore de uma mulher rezando, com um cachorro ao seu lado); o do governador Estácio de Albuquerque Coimbra (com uma grande estátua de Jesus, em bronze, entre as estátuas de uma mulher e de um operário); entre tantos outros. Um dos mausoléus chama a atenção do público pelo nome próprio pouco comum: "Aqui descansa Homem Bom da Cunha Souto Maior (1850-1903)." O túmulo do poeta José Izidoro Martins Júnior (1860 - 1904) também é interessante. Contém uma elegante coluna coríntia, enfeitada de guirlanda e sete livros em mármore, com os títulos das obras do professor:
Pela estrada da vida, subi morros, Desci ladeiras e enfrentei perigos; entre os amigos, encontrei cachorros, e entre os cachorros descobri amigos.
(Texto atualizado em 11 de outubro de 2007).
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