Maurício de Nassau |
Elizabeth Dobbin Psicóloga, servidora da Fundação Joaquim Nabuco
Nassau destacou-se em várias campanhas militares, entre as quais aGuerra dos Trinta Anos (1618), o sítio de Den Bosch (1632), a reconquista deSchenckenshaus (1636) tornando-se conhecido e respeitado rapidamente.
Em 1632, iniciou a construção de um palácio em Haia (hoje um ponto turístico da cidade holandesa). Seus compromissos financeiros para a conclusão da obra (muito mais altos do que o previsto) convenceram-no a aceitar o convite da Companhia das Índias Ocidentais para assumir o governo político e militar no Brasil, com o título de governador e comandante-em-chefe e uma ótima remuneração.
Maurício de Nassau chegou ao Recife em 23 de janeiro de 1637 e, encantado com a beleza da terra tropical, passou a chamar Pernambuco deNova Holanda. A sua comitiva era composta de pintores, como Frans Post e Albert Eckhout, escultores, astrônomos, arquitetos e outros cientistas, sendo recebido com alegria não apenas pelos holandeses como pelos próprios civis luso-brasileiros, esperançosos de dias melhores, já que a colônia encontrava-se num estado lamentável, predominando a desordem e a corrupção.
No início de fevereiro, atacou Porto Calvo, em Alagoas, conseguindo vencer as tropas luso-brasileiras no local que era o último foco de resistência contra a ocupação holandesa.
Nassau tratou de desbravar o interior e projetou, no Recife, a cidade Maurícia ou Mauriciópolis, construída para ser o centro do poder no Brasil. Promoveu melhorias urbanas, calçou ruas com pedras, proibiu o tráfego de carros de boi para não destruir as vias, criou um corpo de bombeiros voluntário, implantou o imposto territorial urbano, construiu casas e pontes, dois palácios suntuosos como o Palácio de Friburgo, que servia de residência ao governador e possuía um aviário, um jardim zoológico e um jardim botânico.
Em 1647, foi novamente chamado para governar o Brasil, mas como exigiu plenos poderes, um exército maior e melhor remuneração, a Companhia não concordou e, por conseguinte, o conde alemão não mais retornou ao país.
Nesse mesmo ano de 1647, Nassau foi dirigir os governos de Kleve, Mark e Ravensburg, o que lhe valeu a condecoração de grão-mestre da Ordem Teotônica.
Em 1652, foi elevado à dignidade de Príncipe do Império Alemão, sendo eleito grão-mestre da Ordem de São João da Alemanha.
Foi nomeado comandante-em-chefe do exército dos Países Baixos em 1665.
Com 70 anos de idade, em 1674, tomou parte na Companhia dos Países Baixos Espanhóis (atualmente Bélgica), lutando na Batalha de Senef.
Em 1675, recolheu-se à cidade de Cleves, escolhida para viver os seus últimos dias, falecendo em 20 de dezembro do ano de 1679, aos 75 anos, sendo suas cinzas guardadas como um tesouro, até que foram levadas para o jazigo da família, em Siegen.
Apesar de divergências entre historiadores, Maurício de Nassau foi considerado como homem de tino político, idealista, tolerante e hábil, um administrador que deu um grande impulso econômico e cultural a Pernambuco, tornando-se um imortal no Velho e no Novo Mundo.
Segundo o pesquisador do período holandês Marcos Galindo, “Pernambuco nunca viveu outro momento com tanta importância no cenário universal” como na época do seu governo.
Recife, 30 de junho de 2004.
FONTES CONSULTADAS:
DICIONÁRIO enciclopédico brasileiro ilustrado. 6.ed. Porto Alegre: Globo, 1958.
COMO CITAR ESTE TEXTO:
|