Ursos do Carnaval |
Claudia M. de Assis Rocha Lima
HISTÓRICO - Uma das mais belas manifestações do carnaval pernambucano está na evolução das tribos de caboclinhos que passam, quase que em disparada pelas ruas do centro e subúrbio ao som de um pequeno conjunto e na marcação das preacas a produzir um estalido característico na percussão da seta contra o arco, com seus estandartes esvoaçantes e a beleza de suas fantasias. Se no maracatu está toda a herança das nações de negros, no caboclinho vamos encontrar a presença do índio que, como primitivo dono da terra, mantém durante o carnaval as suas danças e lendas que contam a glória dos seus antepassados. FORMAÇÃO - Caboclinhos, ou como na fala popular "cabocolinhos", é uma espécie de grupos de homens e mulheres, trajando vistosos cocares de penas de avestruz e pavão, com saias também de penas, trazendo adereços nos braços, tornozelos e colares, (também em penas), que desfilam em duas filas fazendo evoluções das mais ricas ao som dos estalidos secos das preacas, abaixando-se e levantando-se com agilidade, como se tivessem molas nas pernas, ao mesmo tempo que rodopiam apoiando-se nas pontas dos pés e calcanhares. FIGURAÇÃO - O Caboclinho é com certeza uma das presenças mais originais do carnaval do Recife, sendo o grupo formado pelo: cacique, mãe-da-tribo, pajé, matruá, capitão, tenente, porta-estandarte, perós (meninos e meninas), caboclos-de-baque, cordão de caboclos e cordão de caboclas, os músicos geralmente são em número de quatro. O conjunto é formado pela inúbia (um pequeno flautim de taquara), caracaxás ou mineiros, tarol e surdo. A beleza plástica das jovens índias, a forte coreografia dos caboclos e a variedade de cores do conjunto, dão um toque de destaque ao grupo. TRIBOS DE CABOCLINHOS
Estas são algumas das Tribos de Caboclinhos que fazem a beleza do carnaval de Pernambuco. TRIBOS DE ÍNDIOS HISTÓRICO - É um folguedo originário do Estado da Paraíba e que hoje alcança um grande número de simpatizantes no carnaval do Recife. Nas Tribos de Índios, os organizadores são denominados mestres e quase sempre são seguidores de cultos indígenas como a Pajelança, sendo da linha do Catimbó, dão um toque místico ao folguedo onde, segundo eles, desfilam por vezes "atuados" (incorporados) pelos espíritos dos caboclos. FORMAÇÃO - Dispostos em duas filas, com índias de um lado e índios do outro, as primeiras portando machadinhas e os segundos portando pequenas lanças, as Tribos de Índios são muitas vezes confundidas com as Tribos de Caboclinhos. Uma das características marcantes da diferença é a não utilização das preacas pelas Tribos de Índios, comuns aos Caboclinhos. Pintam os rostos de vermelho, com cocares de penas de garça, de ema ou de galinha, usam pequenos escudos, e o conjunto tem uma coreografia variada, com um número de quatro a nove danças para cada tribo, sempre acompanhada por um conjunto de músicos formados por duas gaitas, dois ganzás e três surdos. TRIBOS DE ÍNDIOS
Estas são algumas Tribos de Índios que fazem o Carnaval de Pernambuco. URSOS DO CARNAVAL HISTÓRICO - Uma das brincadeiras mais estimadas e em franca evolução no carnaval do Recife é a La Ursa; o urso do carnaval cujas origens encontra-se nos ciganos da Europa que percorriam a cidade com seus animais, presos numa corrente, que dançavam de porta em porta em troca de algumas moedas, ao som da ordem: "dança la ursa!". FORMAÇÃO - A figura central é o urso, geralmente um homem vestindo um velho macacão coberto de estopa, veludo, pelúcia ou agave com sua máscara de papel-machê pintada de cores variadas, preso por uma corda na cintura, segurado pelo domador, a figura dança para alegria de todos ao som de toadas do próprio grupo ou sucessos das paradas carnavalescas, podendo variar para o baião, forró, xote e até polca. A Orquestra do urso de carnaval é geralmente formada por sanfona, triângulo, bombo, reco-reco, ganzá, pandeiro; havendo outras mais elaboradas onde aparecem violões, cavaquinhos, clarinetes e até trombones. O conjunto traz por vezes, além do domador, do urso e da orquestra, o tesoureiro (com sua pasta de arrecadar dinheiro), porta-cartaz ou porta-estandarte, balizas e outros elementos que lá estão só para brincar o carnaval. URSOS CARNAVALESCOS
Estes são alguns Ursos que fizeram ou fazem a alegria do carnaval de Pernambuco. BOI DO CARNAVAL HISTÓRICO - O auto do bumba-meu-boi presente no ciclo natalino, se transforma no carnaval, e vem às ruas do Recife num colorido e coreografia própria para os dias de folia. Bois, Burras, Calus, Mateus, Catirina, Sebastião, Mané Pequenino, Babau, ganham as ruas do subúrbio durante o carnaval e, sob o comando do capitão, no seu cavalo-marinho, põem em polvorosa a criançada e fazem a alegria das classes mais humildes. FIGURAÇÃO - Os bois de carnaval saem, por vezes, com mais de cinqüenta figuras, com uma orquestra formada por bombo, gaita, gonguê, surdo, tarol, estandarte, diretoria, tirador de loas, entre outros componentes. BOIS DO CARNAVAL
Estes são alguns Bois que fizeram ou fazem a alegria do carnaval de Pernambuco. Direitos Reservados à Autora |