Usinas de Açucar em Pernambuco |
Ter, 29 de Junho de 2010 15:33 |
Lúcia Gaspar No Brasil, o plantio da cana-de-açúcar (matéria prima das usinas) se iniciou em São Vicente, no ano de 1522, trazida da Ilha da Madeira, por Martim Afonso de Souza. Foi em Pernambuco, porém, que ela floresceu, encontrando condições ideais para seu desenvolvimento nas terras úmidas em massapê. Em 1553, Duarte Coelho Pereira trouxe também da Ilha da Madeira, a chamada cana crioula, que durante três séculos, foi a variedade dominante cultivada em Pernambuco. Há indicações que já havia anteriormente, cultura de cana-de-açúcar nas terras de Itamaracá. A cana-de-açúcar é plantada na zona da mata de Pernambuco, na chamada zona canavieira há quase 5 séculos. A área cultivada tem cerca de 12 mil km2, fica situada próxima ao Oceano Atlântico, possui solos ricos para a agricultura, onde não há ameaças de secas e os rios são perenes. No início, os engenhos de açúcar devem ter sido movidos à tração humana, como as casas de farinha. Depois evoluíram para a tração animal (bois e éguas) e para os engenhos d`água. Só a partir do século XIX é que seriam introduzidos em Pernambuco os engenhos movidos a vapor e haveria uma revolução no comércio e indústria do açúcar, uma vez que na Europa, a beterraba passou a ser utilizada na produção de açúcar, oferecendo-se um produto de melhor qualidade ao mercado consumidor. O Brasil precisou fazer modificações na sua produção, construindo ferrovias e implantando modernos engenhos de açúcar. Nas últimas décadas do século XIX, alguns proprietários mais ricos e empreendedores, melhoraram as condições técnicas dos seus engenhos, com a implantação de máquinas para a produção do açúcar cristal. Esses engenhos modernos seriam chamados de engenhos centrais e usinas. Os engenhos centrais não tinham diferença do ponto de vista técnico das usinas, mas sim do ponto de vista econômico: geralmente pertenciam a uma sociedade, não possuíam terras e não desenvolviam atividades agrícolas.. A partir de 1871, houve uma mudança gradual na agroindústria açucareira em Pernambuco, com a decadência dos antigos engenhos banguês (que produziam um açúcar de cor escura, mascavo) e sua substituição pelos engenhos centrais e usinas. Foram poucos os engenhos banguês que conseguiram sobreviver até a segunda metade do século XX. A zona canavieira pernambucana já teve uma boa malha ferroviária, composta pelas ferrovias da antiga Great Western e pelos ramais construídos pelas usinas para o transporte da cana. No entanto, a partir da metade da década de 1960, as ferrovias ficaram abandonadas sendo substituídas pelas rodovias. A primeira usina implantada em Pernambuco foi a de São Francisco da Várzea, cuja primeira moagem aconteceu em 1875. Pernambuco já chegou a ter mais de cem usinas. Atualmente, no entanto, existem apenas cerca de 38, algumas, inclusive, encontram-se paralisadas ou desativadas. (Atualizado em 9 de setembro de 2009). COMO CITAR ESTE TEXTO: Fonte: GASPAR, Lúcia. Usinas de Açúcar de Pernambuco. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>. Acesso em: dia mês ano. Ex: 6 ago. 2009. |